Personal Assistant na primeira pessoa

Personal Assistant na primeira pessoa

Sou Secretária Executiva há mais de 30 anos, função essa que exerço com o maior orgulho há 25 anos na Vodafone Portugal.

Ao longo de todos estes anos, tive a sorte e o privilégio de trabalhar com pessoas que admiro imenso não só pelo seu profissionalismo, mas e acima de tudo pelo que são como pessoas, o que os torna verdadeiros Líderes.

E foi neste contexto de grande realização profissional numa empresa onde todos os dias me sinto muito feliz, rodeada dos melhores colegas, que me deparei com a situação que estamos a viver: uma pandemia mundial sem precedentes e que nunca imaginei viver.

E agora?…pensei eu! Resta-nos enfrentar esta nova realidade que de uma forma ou de outra, está a afetar-nos a todos.

No meu caso pessoal, acresce salientar que sou uma pessoa muito pouco “caseira”, com muita energia e vontade de estar sempre a fazer coisas, estar na companhia da família e amigos, e ter movimento por perto, pelo que sempre fui uma adepta pouco entusiasta do teletrabalho, apesar de compreender que há funções para as quias em determinadas situações é vantajoso!

E assim, deparei-me com o confinamento e o teletrabalho.

Confesso que no início foi difícil adaptar-me a esta nova realidade!

Não só por ter de conciliar a nova vida profissional com a vida pessoal, mas acima de tudo, foi uma situação imposta por esta nova realidade, que me privou de muitas das coisas de que mais gosto, entre elas o trabalho em equipa.

Senti uma grande falta da rotina, da companhia dos colegas, da partilha de ideias no momento. Se por um lado, trabalho numa empresa que, num curto espaço de tempo, tomou exemplarmente todas as medidas necessárias para dar as ferramentas a todos os colaboradores para podermos manter a qualidade do nosso trabalho a partir de casa, por outro lado, senti que devia aproveitar esta fase para parar um bocadinho e pensar que lições tirar…

Tive alguma dificuldade em aproveitar esta maior autonomia no equilíbrio entre a minha vida profissional e pessoal e conciliar o tempo extra ou que passei a ter a mais, para o dedicar a fazer outras coisas de que gosto; não foi fácil para mim atingir esse equilíbrio e ainda não é…!

Entre as várias lições que tiro desta situação (talvez pelo facto dos meus 54 anos) foi a importância de sentir que apesar desta incerteza toda, a noção de coletivo que continuamos a viver na Vodafone e noutras empresas, foi e continua a ser um pilar prioritário e só assim se conseguem manter equipas motivadas, atingindo objetivos para obter resultados.

Acho que ainda vai demorar tempo para o #vaificartudobem#, porque existe um sentimento de impotência perante tantas situações dramáticas que centenas de famílias estão já a viver e pouco poder fazer para o tentar impedir.

Por isso, a maior de todas as lições que tiro desta pandemia é o valorizar todos os dias o que tenho, a família, o emprego, os amigos, e pensar em todos os que estão a viver situações muito difíceis que têm de se reinventar para sobreviver, mas acima de tudo nunca perder a esperança de que o arco iris vai voltar para todos!

Maria Domingas Vasconcellos – Personal Assistant to the CEO – Vodafone